sábado, 30 de abril de 2016

QUANDO A TRISTEZA VEM, SOU EU UM PASSARINHO


Quando a tristeza vem, sou eu um passarinho que voava junto ao bando cantando que é feliz e por descuido dispersou-se.

Caiu a tarde e todos os passarinhos voaram para o norte, se abrigando do frio e da solidão. Silenciaram o canto e não deixaram marcas do caminho que percorreram.
Eu, o passarinho, meio confuso, perdido, assustado... Ainda cantando, mas um canto desafinado. Canto mais de dor do que de sossego, bato as asas em desespero tentando me achar.
Até que se conforma, não há o que fazer. E o passarinho se acomoda em lugar escuro e abafa um murmurinho de um choro amedrontado. Sozinho sente frio, por hora é tentado a desistir.
...
Mas enfim ele adormece e quando vem o dia, ele ouve ao longe o canto dos seus. Toda força se renova, ele parte pro encontro e volta a ser feliz.

Não que aquilo tenha passado sem deixar uma amargura.
Não que aquilo não tenha causado em seu coração ranhura. 
Mas não foi o bastante
para perturbar o espírito daquele que faz de simples alegrias, a quietude de sua alma.

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