segunda-feira, 2 de maio de 2016

AOS MESTRES...

Muitos foram os escritos durante os anos desde que aprendi a escrever. Sim, meu primeiro texto foi uma carta a minha professora (tia). Tantos receberam minhas cartas, poemas, homenagens em palavras e por vezes até em lágrimas.

Sei que o que me cabe é pouco. Nenhum profissional é mais digno de respeito e devoção que o professor. O professor é o protagonista, mas fica na coxia e ouve os aplausos ao artista que ele formou e se sente feliz ainda que o artista nunca mais volte para agradecer e lembrar seu nome.

Sim, tudo o que sou em minha vida enquanto profissional e ser humano foi alicerçado no tripé: respeito, reconhecimento e gratidão. A começar em minha casa, pois minha mãe também é professora e assim seguiu seu ofício até a enfermidade a afastar da sala de aula.

Por falar na minha mãe, lembro como ela adoeceu. Grande parte foi pela rotina dela como educadora, veja só! Ela trabalhava no turno da manhã em uma escola, à tarde viajava a uma cidade do interior para atuar como supervisora e à noite, voltava a lecionar.

Também foi com minha mãe que aprendi a respeitar o professor. Menos por palavras e mais pelo exemplo. Para mim, cada vez que me referia a um professor, eu estava me referindo a minha própria mãe... Como desrespeitar?

Cada vez que um aluno desrespeita um professor, ele não fere apenas o profissional. O agressor consegue hostilizar o ambiente, comprometer a estabilidade emocional e até mesmo o futuro de todos os envolvidos no processo de aprendizagem.
Cada vez que um aluno desrespeita um professor, ele fere o critério de quem estudou anos para afirmar o conhecimento que aquele que feriu, “acha” que é mais ou menos adequado.

Mas, não fosse ainda suficiente - porque de fato não o é - prestar homenagens e honras aos meus queridos mestres por estas palavras as quais vocês foram cruciais para que hoje eu escrevesse (e por isso desde já, peço perdão se peco aqui ou acolá em concordâncias ou regências). Não sendo palavras de gratidão o bastante, eu chego ao cume do que eu poderia para  prestar-lhes reverência: 
dedicar a minha vida aos estudos, para um dia ser como vocês.
Assim, em mim, carrego até hoje, do carbono ao hidrogênio, do solstício de verão ao equinócio da primavera... Do parnasianismo em suas formas perfeitas à desestrutura da arte contemporânea... Equações, cruzamentos de ervilhas... Conjugação do verbo “to be”...

Desenvolvo as coordenadas, por um dia ter sido subordinada a vocês, que merecem orações!

E hoje, diante de paradigmas epistemológicos, campo científico, capital simbólico, trocas, valor, R... E tantos nomes difíceis que nunca pensei ser capaz de dizer e conhecer o significado...

Assim sou formada enquanto ser e sigo em formação pelas mentes brilhantes dos meus (sempre) queridos mestres. O mérito é todo de vocês.


Obrigada!

2 comentários:

Sérgio disse...

Bonita e singela mensagem!

anjoblue1965 disse...

Sinto-me lisonjeada em ser mãe dessa "garota"! Fico muito feliz, ao ver que aprendeu pelo exemplo e que hoje, apesar da sua intelectualidade nunca esqueceu dos seus princípios morais de Educação e Respeito. Valeu cada momento que investimos em você! Beijos