segunda-feira, 25 de abril de 2016

UMA CRÔNICA PARA A TRISTEZA

Olá, dona Tristeza!
Fazia tempo que não aparecia, hein?
Devo dizer-lhe que continua não sendo bem vinda, então pode ficar aí na porta mesmo. Não faço questão que entre, nem que também se demore. 

Olhe, minha conversa é breve! A senhora acha que pode me derrubar? Acha mesmo que suas visitas esporádicas ou contínuas vão fazer ninho? Ah, dona Tristeza, pode nem desfazer as malas. Aqui dentro só tem um quarto, que é ocupado pelo amor. E, ao contrário da senhora, ele sempre permanece. 

A cada visita sua, penso que ele vai me deixar. Toda vez que a senhora chega, eu me preocupo com ele. Mas ele, o amor, não é volúvel assim como a senhora! Além do que, eu alimento o amor com o meu melhor banquete. O amor aqui, nunca passa frio. E a senhora, se não for por bem, fique aí ao relento. Com fome e com sede.
Hum.
Lembro uma vez que lhe deixei entrar. Ameaçou roubar meu tesouro, queria me furtar o amor. Como se não bastasse a ousadia, queria matar a esperança de eu ser feliz novamente. Ah! Agora não caio mais. Trate de ir de uma vez, se não lhe dou um beliscão! 
Xô! 
Vá embora e se perca no caminho! Inclusive fique sabendo, que vou prestar queixa! Direi que a senhora anda rondando por aí como quem não quer nada...
Amanhã eu chamo o sol e com ele a alegria. A senhora vai ficar tão encandeada, que ou se converte ao amor ou se dissipa no vento.
Vou fecha a porta, viu? 
Espero quando abrir não lhe ver mais.

Nenhum comentário: