domingo, 22 de novembro de 2015

COISAS DE BALADA...

Oi.
Faz muito tempo que atualizei o blog porque faz muito tempo que não atualizo minha vida também. Na verdade, poderia dizer que há tempos não conheço mais a vida fora do ambiente de trabalho. Mas a maior verdade ainda é que, sem essa atividade de produção intelectual a cem, talvez eu não conhecesse nenhum tipo de vida.
(Pausa para vocês refletirem sobre a vida)
Pois bem. Ontem me dei o luxo de ir assistir A um show aqui em João Pessoa o 'a' em caixa alta é de propósito, porque me dá agonia quem usa o verbo assistir no sentido de ver sem preposição. Quanto ao espetáculo em si, "não vou dizer que foi ruim, também não foi tão bom assim" (SANTOS, 1994). Contudo me serviu como locus de observação comportamental das pessoas. O que é interessante, porque eu penso que meu comportamento também está sendo objeto de análise de outra pessoa, enfim! Reparei que os homens em questão de segundos passam a vista em várias mulheres sozinhas e quando uma desperta o interesse deles, eles fixam um olhar que incomoda.

Sempre que acontece comigo, eu me desconcerto. Não que eu seja tímida, mas é que eu sou desastrada. Sei que a qualquer momento vou tropeçar, ou derrubar algum objeto, ou algum objeto não identificado cairá sobre mim. Enfim, vou fazer besteira. Fora isso, alguns olhares dão medo. Eu sou pré-conceituosa com olhar. Julgo logo. Olhou pra mim, eu rotulo: violento, metido, cafajeste, galinha, inteligente, ignorante, roqueiro, pagodeiro, honesto, fiel, estrábico, romântico, falso, maconheiro, caseiro, casado... 

Na verdade o que me encanta mesmo são dentes brancos, bonitos, alinhados e bem cuidados. Nenhum olho supera os dentes.

Daí o homem olha, sorri, chega perto e... Beija a moça! Oi?

Sou do tempo em que se conversava a noite toda e no fim do show rolava um ou dois beijos. Hoje, não se sabe nem o nome da pessoa que se leva pro motel. A ideia é olhou, beijou, transou. De repente até volta pra ver o fim do show da banda que tá tocando. Quiçá não descole outra ou outro. 

Pedir o telefone é questão de educação. Hoje em dia fornecer o telefone numa balada é como concurso público: gera a expectativa de chamada, mas não garante.

E o mercado? Pessoas atraentes hoje são como smartphones. Gente linda por todos os lados e para todos os gostos. Gente fútil, na maioria das vezes, é verdade. Mas mulheres e homens lindíssimos. Jovens e atraentes. Perfeitos para um momento. E quem precisa mais do que um momento, né? Com tantas opções, torna-se idiota prender-se a uma.

E eu? É... Eu também não me prendo a uma, logo não sou idiota, mas não me prendo a nenhuma. Não retribuo olhares, nem sorrisos. A análise dos dados levou a conclusão que "tudo parece maior, mas é melhor ficar sozinha que é pra não ficar pior" (CAROLINA, 2002). Eu não sinto nada. Até porque eu sou cientista e cientistas pensam, não sentem.


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