Oi.
Faz muito tempo que atualizei o blog porque faz muito tempo que não atualizo minha vida também. Na verdade, poderia dizer que há tempos não conheço mais a vida fora do ambiente de trabalho. Mas a maior verdade ainda é que, sem essa atividade de produção intelectual a cem, talvez eu não conhecesse nenhum tipo de vida.
(Pausa para vocês refletirem sobre a vida)

Sempre que acontece comigo, eu me desconcerto. Não que eu seja tímida, mas é que eu sou desastrada. Sei que a qualquer momento vou tropeçar, ou derrubar algum objeto, ou algum objeto não identificado cairá sobre mim. Enfim, vou fazer besteira. Fora isso, alguns olhares dão medo. Eu sou pré-conceituosa com olhar. Julgo logo. Olhou pra mim, eu rotulo: violento, metido, cafajeste, galinha, inteligente, ignorante, roqueiro, pagodeiro, honesto, fiel, estrábico, romântico, falso, maconheiro, caseiro, casado...
Na verdade o que me encanta mesmo são dentes brancos, bonitos, alinhados e bem cuidados. Nenhum olho supera os dentes.
Daí o homem olha, sorri, chega perto e... Beija a moça! Oi?
Sou do tempo em que se conversava a noite toda e no fim do show rolava um ou dois beijos. Hoje, não se sabe nem o nome da pessoa que se leva pro motel. A ideia é olhou, beijou, transou. De repente até volta pra ver o fim do show da banda que tá tocando. Quiçá não descole outra ou outro.
Pedir o telefone é questão de educação. Hoje em dia fornecer o telefone numa balada é como concurso público: gera a expectativa de chamada, mas não garante.
E o mercado? Pessoas atraentes hoje são como smartphones. Gente linda por todos os lados e para todos os gostos. Gente fútil, na maioria das vezes, é verdade. Mas mulheres e homens lindíssimos. Jovens e atraentes. Perfeitos para um momento. E quem precisa mais do que um momento, né? Com tantas opções, torna-se idiota prender-se a uma.
E eu? É... Eu também não me prendo a uma, logo não sou idiota, mas não me prendo a nenhuma. Não retribuo olhares, nem sorrisos. A análise dos dados levou a conclusão que "tudo parece maior, mas é melhor ficar sozinha que é pra não ficar pior" (CAROLINA, 2002). Eu não sinto nada. Até porque eu sou cientista e cientistas pensam, não sentem.
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