sexta-feira, 9 de outubro de 2015

CIRCUMSPECTIO

Hoje eu li duas coisas de fontes classe A e Z, mas que me chamaram atenção pelo mesmo sentido. A primeira, em uma linguagem rasteira e mais pra sabedoria popular que ciência ou Filosofia, dizia: quem tem bunda grande vive mais. A outra, mais culta e de grandeza intelectual maior valorada, vem de Sófocles que diz que "filhos são âncoras que ligam as mães à Terra".

Ambas com o mesmo significado esperançoso para mim: morrerei cedo. 
Não tenho bunda grande e nem filhos. Precisava mesmo de um alento para esse estágio que me encontro. 
Qual? Ora, aquele de sempre. Aquele que se eu sentar num bar e acenar pro garçom ele já traz na bandeja: INCERTEZA.

Não estou falando daquela incerteza quanto à clássica pergunta de "onde você se vê daqui há 5 anos?". Não estou falando da incerteza do que existe no pós-vida, ou se existe pós-vida. Tampouco da incerteza quanto aos planos de Deus ou o comportamento furioso da natureza.

Tudo isso é profundo demais para um ser tão raso quanto eu que jura que ama a cor branca às 19h e antes que o branco fique cinza, adota preta como a favorita. E seria tão bom se isso afetasse somente a mim...

Seria e será.

Aos poucos eu alimento minha alma e meu coração de gelo frígido e glacial até me congelar por completo e chegar ao ponto daqueles que hoje me amam e dos que sentem compaixão, sentirem repulsa e aí sim eu posso variar em infindáveis matizes minhas escolhas e pensamentos. Serão somente meus e somente minha será a queda, somente minha será a dor.

As pessoas me vêem assim, distante de circunspecção. 

Assim quero ficar... Por fora sem sentir, dentro tormenta no mar.




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