quarta-feira, 17 de junho de 2015

DESCARTE

Como uma mercadoria que um dia foi boa,
Como um instrumento que perdeu a utilidade,
Como um monte de nada que não gera retorno, mas um dia gerou.

Mas se não é de dinheiro que sobrevive,
Se nunca teve condições de remunerar nenhum colaborador,
Se era de parceria em parceria que se lutava pela vida,
Porque jogar fora uma parceria alegando que não gera receita?

A humildade em exaltar a inteligência de alguém quando dele se precisa
É proporcional ao desprezo desse alguém quando não é mais necessário
Afinal, o essencial é invisível ao olhos.
Por isso só se reconhece o valor da água quando se tem sede.

Fui descartada.
Sem direitos, sem dinheiro, sem agradecimento, sem honra e sem lamentos.
Fico com minhas metáforas, gritos contidos e abafados de revoltas e dor.
Sentimento e certeza de ser pedra comum diante de quem um dia me fez acreditar que eu era joia valiosa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como assim?
Não teremos mais as suas crônicas inteligentes a sua linha poética com a sua lógica audaz e sagaz diante de variados temas do cotidiano da vida, suas metáforas, suas práticas, suas verdades, suas sacadas bem humoradas, carregadas e recheadas de toques, dicas, palpites, sensibilidades a flor da pele, seus pensamentos suas tiradas que nos fazem pensar e, muitas vezes nos leva a ter uma nova visão diante de uma questão mal resolvida, o seu olhar de lince de águia, a sua mente inquieta que busca, busca e busca sem parar, formas de nos revelar o que escondido está.
Que pena, que perda para esse jornal, de ante mão, também me demito como leitor dessa coluna.
Hellen, não desista siga em frente, e onde estiveres, saiba, lá estarei também lendo, comentando e indicando a sua coluna e refletindo nos seus conselhos.

QUAnto a essA COLUNA, pra mim, VIROU "DESCARTE "