terça-feira, 30 de junho de 2015

DEPOIS QUE EU CRESCER... (sobre a ideologia de gênero)

Não foi minha escolha. Eu não pedi pra nascer, nem escolhi ser menino ou menina. Na verdade, nem escolhi ser humano. Mas eu vim. Determinada pela genética, que poderia ter me feito qualquer animal, me fez ser humana e lá, no meu 23º par de cromossomos, veio determinado que eu seria menina. XX determinou meu sexo ao nascer. 

Menina nasci e menina me criei. Mulher me tornei e hoje eu posso mudar se eu quiser. Hoje eu posso, mas não na minha concepção, não meu nascimento. Eu não podia. Meus genitores não podiam. Ninguém. Não era decisão. Foi a natureza, ou mais que isso, foi a ciência.

Menos importa se após tomar consciência do meu corpo e do mundo eu decido não querer ser mulher. Eu posso querer ser homem, posso ser o que e quem eu quiser. E eu não estou aqui para criticar o que você quer ser. Eu, por exemplo, sou canibal e me envergonho. Eu como outro ser, que virou cadáver para me alimentar e sinto prazer em comer a carne dele,seja boi, frango ou peixe. 

Presumo que exista tantos canibais ao meu redor que não se envergonham como eu. Presumo que existam pessoas que nascem com determinação genética para um gênero e que sintam vergonha por não ter comportamento desse gênero. Digo a essas pessoas que não se envergonhem, pois a cada dia o espaço ao diálogo se abre. Infelizmente por imposição, e esta, eu julgo desnecessária.

É também desnecessário, agressivo e conflitante educar uma criança sem estabelecer nela a personalidade e noção de quem ela é. Homem nasce homem e mulher nasce mulher, independente de sua vontade. O mundo não deixará de ter homossexuais se não houver ideologia de gênero nas escolas. E a ideologia de gênero existe sim, o debate é pertinente sim desde que os envolvidos tenham maturidade para discernir seu lugar no mundo.

Além disso, não existe nada mais fascista que o Estado intervindo em ideologia de gênero. Agora o Estado também define questões de foro íntimo e impõe através das secretarias que sejam adotadas cartilhas nas escolas para doutrinar as crianças nesta perspectiva. De repente, a população se divide entre os que são livres e defendem essa abertura no debate e os contra eles, ou homofóbicos. Pouco importa a decisão dos pais e os pilares que a tão criticada tradição conduziu a criança e que até então fazia ela se sentir confortável. A família tradicional virou termo pejorativo e grande parcela dos defensores da ideologia de gênero que reclamam respeito, desrespeitam o outro que tem opinião contrária.

Desde os estudos de Freud é sabido que o ser humano passa por fases de evolução em seu desenvolvimento psíquico que vai desde o reconhecimento dele próprio até a capacidade de decidir sobre suas escolhas. Algumas decisões são impostas pela natureza, pela genética. E se homossexuais carregam o discurso de que suas vidas não são escolhas deles, tão pouco sua determinação genética o é.

Depois que eu crescer eu posso ser o que eu quiser, foguete ou disco voador. Herói ou vilão. Mocinha ou Cowboy. Quando eu nascer, eu sou apenas aquilo que me foi determinado ser. Salvo anomalias genéticas, todos nascem homens ou mulheres. Gênero existe sim e quem disse isso não fui eu. Ainda bem.

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