O homem pode ser bom e mau ao mesmo tempo ou escolher e se
colocar acima disso. O que está acima do bem e do mal é a justiça. Apenas homens
justos conseguem sobrepor-se ao significado de bondade e maldade.
Se de fato, a bondade e a maldade não existem. O homem que é bom para
ele e para os outros é aquele chamado justo.
Mas existem homens justos? O equilíbrio que faz com que o
homem alcance a justiça só pode ser atingido pela plena consciência de que a
moralidade é apenas bom costume. Um homem justo é cético. O homem justo
consegue olhar para o outro e, sabendo que está sendo traído, permanecer frio,
porque entende que a essência do homem é podridão.
O homem justo mostra quem é. Não se esconde em ideologia. Não
se justifica em religião ou qualquer código exterior a ele. O homem justo não
esconde quem é. Todo homem que parece bom aos olhos do outro, não é justo para
si mesmo. O homem se preocupa em ser justo primeiramente com ele. A justiça não
pode ser ocultada. Todos sabem que um homem justo quando ele não esconde seus
erros.
O homem bom deve escolher entre ser bom para ele ou ser bom
para o outro. O homem que escolhe ser bom para ele, não deve procurar
relacionamentos duradouros com outro ser a não ser com ele mesmo. O homem que
consegue encontrar prazer nele mesmo é completo em sua bondade.
A bondade do homem para seu próprio prazer, não se relaciona
a dor do próximo. Não existe próximo ao ser humano que vive para satisfazer
seus próprios desejos. Melhor seria se houvesse concordância, mas ainda que o
homem traia e engane a pessoa que ele fez acreditar que a ama, ele é
considerado bom. A bondade está em satisfazer o prazer dele próprio. Isso porque
o homem que trai, não o faz pensando no outro, faz pensando nos benefícios a si
mesmo. Geralmente, o mal que a sociedade entende que se faz contra ela, é o bem
que o executor procura fazer a si mesmo.
O egoísmo é a maior expressão de bondade do homem a si
mesmo. O altruísmo é egoísta da mesma forma, pois justifica o homem a fazer o
bem, porque o bem que ele faz promove o seu próprio bem.
Sendo assim, a maldade in natura só pode ser vista à luz de
patologia mental, a saber, a psicopatia. Ainda nesses casos, não pode ser
considerada puramente maldade, uma vez que o homem não goza de perfeitas
faculdades mentais. Nesses casos, a sensação de prazer é obtida pela consciência
da dor que provoca em outra pessoa.
A ideia de sadismo, não está manifesta apenas na prática
sexual. O sádico é mau porque o precisa da consciência da dor do outro para se
satisfazer.
Ademais, todas as atitudes humanas são justificadas pelo sentido
de autoconservação. O mau que o homem faz, não é para ferir o outro, mas para
causar o seu próprio bem. Avalie-se, portanto, as ideias de bondade e maldade
do ponto que o próprio ponto é você mesmo. O próximo não existe diante da
necessidade do homem.
Hellen Taynan - 12/07/2014 --- 07:17
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