
Muito
injusta mesmo essa divisão, concordam?
Mas
o que dizer daqueles que chegam ao seu trabalho e quando estão prontos a
produzir, o bendito celular avisa que chegou mensagem no whatsapp? Aí você pára
para visualizar e responder. Se for algo banal, você responde e se despede, mas
e se for algo de extrema importância para você? Não se engane, meu amigo, você
vai passar mais algumas dezenas de minutos resolvendo aquele assunto, que
provavelmente não vai ser resolvido e agora você tem duas responsabilidade
inacabadas: o trabalho e o assunto que não resolveu. Além disso, quando você
voltar ao trabalho, sua mente vai precisar voltar ao estágio inicial para
canalizar sua concentração e atenção à atividade que estava fazendo.
No
debate sobre ser contra ou a favor da liberação do uso de redes sociais em
local de trabalho, eu ainda fico em cima do muro. A cultura do povo brasileiro
é de sempre “empurrar com a barriga” e “fazer quando der”. Sendo assim, é
provável que se o chefe liberar geral o uso da internet estará fadado a
fracassar em pouco tempo. Por outro lado, pensando no fato que o indivíduo
passa a maior parte do seu tempo dentro da empresa, é natural e saudável que
ele tenha pequenas pausas para relaxar seja isso em redes sociais ou em
ambientes propícios na própria organização. O limite é o bom senso. Você é pago
para executar a atividade ‘x’ e precisa executá-la para continuar sendo pago.
Se você não executa porque passa mais tempo se divertindo do que trabalhando, a
porta da frente estará sempre aberta para você sair e deixar que outro entre.
Nessa
teia que o sistema tece a nossa volta e que acaba nos prendendo e nos deixando
reféns dela, onde fica o tempo para nossa família e nossa vida social de fato?
Fazer aquilo que nos dá prazer tem uma dicotomia gigante com fazer aquilo que
somos obrigados a fazer.
Dentro
dos lares, o amor se perdeu. As famílias não se cruzam mais, não fazem mais
refeições juntos e coisas importantes acontecem na vida de alguns membros sem
que os outros sequer saibam. Tudo isso porque não existe tempo para a família.
Mas, esperem um pouco... O tempo existe sim, apenas está sendo mal
administrado. E administrar o tempo é mais difícil que administrar uma
multinacional, pode acreditar.
Outra
dicotomia está no fator tempo e dinheiro. Quantos estão com tempo sobrando, mas
adorariam estar ocupados num emprego recebendo algum dinheiro? E quantos não
recebem seus bons e suados salários, mas adorariam um pouco mais de tempo para
usufruir dele? A discussão é muito profunda, envolve aspectos econômicos,
políticos e sociais.
Reflita
como você tem gasto o seu tempo. Sua sede incessante por crescer e ganhar
sempre mais, sufoca as outras áreas de sua vida? Quanto você tem perdido para
ganhar recompensas financeiras? Seu filho se alegraria mais com um presente ou
com sua presença na vida dele? Lembre-se que querer dar ao seu filho tudo o que
você não teve, não é a melhor estratégia, pois às vezes ele não quer tudo o que
você não teve, ele quer apenas o que você não tem: seu tempo.
Qual
o preço de poder deitar a cabeça no travesseiro à noite e ter uma noite de sono
regenerador, sem ouvir o maldito despertador gritando às 4:30 da manhã?
Repense
sua vida, administre o seu tempo. Não leve preocupações do trabalho para sua
casa. Priorize a sua família. Dedique os melhores anos de sua vida às melhores
pessoas de sua vida. Durma bem, sorria, converse, faça amigos, visite asilos e
orfanatos, viva!
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