O que acontece?
O que resta dentro de um homem que se esvaziou do nada
chamado Deus e não foi preenchido pelo tudo, designado homem?
Porque se para o cristão a verdade é Deus e para a filosofia
existencialista a verdade é o homem e se
o ser, dotado de inteligência não aceita a verdade divina e muito menos
acredita que do homem possa vir verdade, o que preenche dentro dele o vazio?
Um vácuo. Um sopro de loucura e um descontentamento perene
onde o nada não conforma, o pouco não supre, o tudo não existe o equilíbrio é
utopia.
Assim sou eu. E não é de hoje. Não é novidade.
Na inconformidade e no descontentamento, a sina de abafar a
infelicidade com medicamentos. Nesta dependência psicotrópica, ter que lidar
com a pergunta desconfortante “já tomou seu remédio hoje?”. Com revolta no
peito, como se a dor de viver fosse ser curada com drogas, eu respondo “sim,
tomei”.
E agora?
Tomei o remédio e continuo mal. Explique isso! Não explica. Emudece.
Claro! Emudece porque contra a dor de viver, não existe
remédio.
Nenhuma droga dessas de farmácia preenche o vazio da vida. Mas
há de haver alguma que preencha. Eu invejo quem um dia encontrou a sua.
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