domingo, 25 de janeiro de 2015

SOBRE SUMIR PRA SEMPRE E MORRER UM POUQUINHO



Se eu pudesse caminhar agora pela praia e parar em um lugar muito muito muito escuro e esperar que do céu viesse um disco voador que me abduzisse para um planeta distante, fora do sistema solar, eu iria sem pensar. Nessas horas, faz falta uma dose de esquizofrenia. Porque, fosse eu esquizofrênica, estaria mesmo a essa hora esperando um óvni. 

Como gozo de boa saúde mental, sei que se eu fosse à praia agora, na melhor das hipóteses, o máximo que conseguiria era ser assaltada e estuprada. Na melhor das hipóteses, a título de fuga da realidade, eu conseguiria fácil alguma droga que talvez me levasse mesmo para outro planeta.

Assim, permaneço num vão dentro de mim mesma. Um vão que é ao mesmo tempo abismo e labirinto. Perdida. Querendo sumir para outro mundo pra sempre. Viver no outro mundo, sem memória, sem lembrança.

Um mundo que não é o mundo dos mortos. Eu não queria morrer pra sempre. Só um pouquinho. Porque quando se morre, não sente dor. A alma pode até sentir. Mas o que é a alma sem a consciência? A alma não tem terminação nervosa. A alma não secreta lágrima. Não sorri. Não sente frio ou calor.

Se a dor que conhecemos em consciência nos causa frio ou calor, sorriso ou lágrima, sangra, inflama e arde, eu aceito trocá-la por uma que não conheço. Uma que me tirasse a dor da lembrança e trocasse a memória pelo porvir.

Como não se pode decidir se o sofrimento deve ser do corpo ou da alma, eu morro um pouquinho. Hoje mesmo morri.  Mas morrer de pouquinho dói mais ainda, porque quando acaba volta a vida. Melhor mesmo é ir habitar em outro mundo.

Um mundo sem lembrança, sem memória, sem tempo, num espaço abstrato, onde as formas sejam fluidas e o bem-estar do hoje, mais importante que o ontem e o amanhã. Ou que o ontem nem exista.

Um mundo assim sem dor, sem história, sem passado, sem decisão difícil, sem flagelo, sem lágrima. Um mundo sem vida arraigada na superficialidade do que é matéria. 
Enquanto o mundo é apenas fantasia. O real é morrer aos poucos. Mais um dia, menos um dia. 

Todo dia a mais, subtrai um pouco do brilho dos olhos de quem ontem e hoje foi só sofrimento.

Um comentário:

Unknown disse...

♥ Oi amiga, sou Josiane de Campinas-Sp ♥

☺ Vida é melhor do que a morte. Mortos não andam, não cantam, não recebem abraços e não servem a Deus. Vivos, tem a oportunidade de perceber que mesmo quando tudo está errado na nossa vida, existe um verdadeiro Deus, um verdadeiro Cristo e um verdadeiro Espírito Santo para nos ensinar em qual caminho seguir Jeremias 6:16-"Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas.". isso é para quem ainda está vivo que pode ter oportunidades que mortos nao tem, de andar pelo caminho certo, de ser reeducado espiritualmente e corretamente, caminho que muitos morrem sem andar e sem conhecer. Nesse caminho, encontramos paz para nossas almas Filipenses 4:7-"
e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.", mesmo em um mundo que só oferece dor e sofrimento, existe um Deus, um Cristo e um Espírito Santo verdadeiros para cuidar de nossas almas e corpos mesmo nessa época.☺

♥Beijos e abraços♥