terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Autobiografia de alguém que perdeu os aneis

Estou no consultório. Uma clínica lotada de pessoas sãs e outras mais ou menos. Digitando com maestria em uma tela de 4,5". Valorize isso. Não é qualquer um que dispõe de tamanha paciência em períodos de intensa TPM.

Antes que o café esfrie e a médica chame meu nome, eu queria dizer que desde a primeira semana deste ano de 2015, realizo check up médico. Olha, se você não quer encontrar problemas em você,  não os procure. Morra na ignorância. Meu consolo é que para tudo (até agora) existe tratamentos definitivos.

Mas o que venho dizer, consternada,  é que estou nua! Tal qual Beethoven surdo, assim sou eu sem meus aneis para batucar na marcha do carro enquanto dirijo.

Na última quarta fiz um procedimento que requeriu anestesia e fui gentilmente convidada a retirar meus aneis.
Assim o fiz. Guardei. Onde? Perdi.
O pior é que só me dei conta, quando,  no maior estilo de percussionista dos Rolling Stones,  eu sou solicitada ao serviço no carro, enquanto dirijo e batuco na marcha e aí não encontro em minhas mãos os meus intrumentos.

Aneis baratos. Não mais que 20,00. Mas 20,00 tem sido raro em minha vida e agora, só me resta conviver com a nudez dos meus dedos, com o insucesso de minha carreira ao lado dos Stones, da obrigatoriedade à recusa do Radiohead para atuar também com eles.

Droga.

Que frio que dá estar nua assim, despida de aneis.

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