segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Sobre o Carnaval

Oi.
Longe de ser Sherazade, embora compartilhando de convergências em muitas opiniões, venho aqui expor meu ponto de vista sobre o carnaval.
Estamos em 24 de fevereiro. O carnaval não começou oficialmente, pelo menos não no calendário. No entanto, em um país onde políticos corruptos desfilam com cara limpa, porém mascarando a banda podre que assola a população, já temos carnaval suficiente para o ano inteiro! 
Somos mesmo o país do carnaval! Um país onde as relações sociais são superficiais, como se acabassem numa quarta-feira. Ninguém dá valor a ninguém, mas como esperar que deem valor ao outro, quem não valoriza a si próprio? Assim como no carnaval, as promessas, os sentimentos construídos e as esperanças de que o momento aparentemente bom se eternize, acabam.
Ainda não é carnaval no calendário, mas as principais avenidas de muitas cidades do Brasil encontram-se interditadas. A liberdade de ir e vir e o direito a um lazer saudável ficam cerceadas por foliões fanáticos, pulando atrás de um trio-elétrico que levam a lugar nenhum.
Os jornais estampam alegrias, sorrisos, festas, turmas e "gente jovem reunida". Num canto pequeno do folhetim, sai a notícia que um motorista bêbado atropelou foliões em São Paulo. Mas, quem se importa? Como diria a canção "é carnaval, amanhã tudo volta ao normal, deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar que hoje eu sou da maneira que você me quer"; logo, tanto faz se amanhã não houver festas, não houver sorrisos, não houver vida.
Lares destruídos, famílias separadas e vidas arruinadas não são mostrados em estatísticas. O que dá ibope é o número de pessoas na avenida. Os acidentes de trânsito, os crimes hediondos, as doenças adquiridas pela prática do sexo irresponsável, as overdoses, os comas alcoólicos e as demais tragédias pré-anunciadas, deixa pra depois da quarta-feira de cinzas, afinal, ano que vem, ninguém lembrará mesmo disso e o que estará na cabeça do povo é a escola de samba campeã e as músicas que marcaram o verão.
Hellen Taynan

2 comentários:

Bella Dourado disse...

É amiga, a coisa tá feia mesmo, sem contar que as pessoas não sabem se animar , festejar para tudo precisam se turbinar e Carnaval por ser a maior festa do Brasil em ermos populares também traz sempre as consequencias e deixa sequelas, dentre elas inúmeros filhos que serão abortados ou nascerão sem pai e outra leva de doenças perigosas como Aids .
Deus abençoe sua semana sua casa e seu ministério.
Te adoro Vencedora.

Tatha Talitha disse...

Sabe, as vezes sinto vergonha de como somos vistos lá fora...como se tudo fosse festa e bunda, aff

bjoooooo

Tatha