terça-feira, 26 de maio de 2009

Transferência de Ego nas Organizações


Hoje estava lendo um artigo interessante sobre os elementos para construir um modelo multidimensional-reflexivo que sirva de base para análises das empresas brasileiras. Um ponto da leitura me chamou atenção ao citar conhecimentos de Freud que me fizeram lembrar os conceitos de despersonalização do indivíduo. Quanto a isso faço algumas observações à luz de Freud e à luz dos meus próprios conhecimentos:
Quem já ouviu a máxima "você está demitido, porque a organização não precisa mais de você" ou "a empresa decidiu aumentar as metas este mês" ou ainda "a empresa verificou que não é viável manter esta situação"...
Elementar meu caro. O que há é a despersonalização dos superiores que assumem o papel de organização e que objetivam que você também assuma esse papel. A des
personalização é perfeita para livrar-se de uma responsabilidade não muito confortável e de funções ligadas à coerção sem, necessariamente, assinar com seu nome. Quem assina é a organização. Ninguém mais é responsável por o aumento de sua meta, por sua demissão, promoção, contratação, transferência, falhas ou acertos. A organização se responsabiliza por tudo.
A meu ver, intrinsecamente, a despersonalização está ligada à transferência de Ego tratada por Freud nas relações entre líder e liderados. O Ego é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa. Esta dinâmica se dá com a sobreposição do grupo sobre o líder de modo que há uma identificação vertical dos seguidores com o líder onde o indivíduo abandona seu próprio ideal de ego e assume o do grupo. Ou seja: não há mais a minha vontade, mas, a vontade do grupo. Considero que além de tal prática desenvolver uma forte atração emocional dos seguidores por seus líderes, há uma manipulação de vontades e uma absorção de valores haja vista que em condições individuais normais, as atitudes em relação a uma mesma situação seriam diferentes. Há uma anulação do ego em favor de algo maior, qual seja a organização.
Para Freud a relação entre o grupo e seu líder tende a tornar-se tão forte a ponto de se o líder abandonar o cargo, o grupo acaba. Para Weber isto não ocorre, pois um líder pode ser substituído por outro.

Para mim... Bom, meu caro Weber, um líder até pode ser substituído, mas o desafio está em substituir a cultura do grupo que cria raízes às vezes tão forte que o preço da mudança pode ser a sobrevivência no mercado.



3 comentários:

Joelson Gomes disse...

PARABENS AMOR, BJOS.

PHeuliz disse...

conte aí.... sobre o casório!!! huns

AnaLu disse...

Helen, vc ganhou o sorteio do meu blog. Pode me mandar o endereço para onde envio o batom?

Obrigada

Ana Luiza