sábado, 23 de maio de 2015

RAPIDINHAS (EU E EU MESMA).

Eu: Hoje é um daqueles dias que eu estou no meu limite.

Eu mesma: Você quer dizer que é mais um dia daqueles infinitos que você chegou no seu limite, né?

Eu: Os dias maus sempre são mais longos.

Eu mesma: Eu sei e por isso saia logo daqui! Não sabe que essa próxima semana você tem a obrigação de estar a cem?

Eu: Não depende do meu querer...

Eu mesma: Eu te ajudo!

Eu: E cadê você agora? Porque tá bem difícil aqui sozinha...

Eu mesma: É porque você se entrega.

Eu: É porque tal qual a lei da gravidade puxa a gente pra baixo, a tristeza puxa a gente pra tristeza e quando a gente vê, só tem escuridão.

Eu mesma: Vou me calar.

Eu: Por que? Você mesma nunca se cala. Eu me calo!

Eu mesma: Porque parece que você hoje é mais forte que eu.

Eu: Desculpa, não queria. Você é meu lado 111%.

Eu mesma: Vou te deixar sozinha. Só não faz tanta besteira a ponto de te impedir de ir amanhã cedo pro teu compromisso. Pensa em nossa prova, por favor. Pensa em mim.

Eu: Obrigada.

Eu mesma: Usa azul amanhã.

Eu: Preto.

Eu mesma: É domingo.

Eu: Eu estou triste.

Eu mesma: Eu mesma sou teu 111%.

Eu: Eu vou me lembrar disso.

Eu mesma: Você é engraçada.

Eu: Eu não. Você mesma que diz, que é.

Eu mesma: Nós juntas, somos perfeitas.

Eu: Eu te diminuo. Você mesma sem mim, já ultrapassa os 100%.

Eu mesma: Eu mesma preciso ser diminuída para ser perfeita. Nada acima de 100. Nem mesmo os 100. Eu mesma não preciso de tudo isso. Você não merece tão pouco. Eu mesma divido com você o necessário para o equilíbrio de nós duas.

Eu: Estou ouvindo uma música triste e chorando.

Eu mesma: Para com isso. Você sabe o que vem depois.

Eu: Me deixe sozinha.

Eu mesma: Eu estou em você.

Eu: Então cale-se.

Eu mesma: Eu queria te fazer rir.

Eu: E eu queria me matar pra você viver sozinha.

Eu mesma: Mas aí não teria sentido viver.

Eu: E lá se vai mais um dia...

Eu mesma: Entendi.



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