domingo, 30 de julho de 2017

SENTIMENTO POR CAUSA, PALAVRAS SEM EFEITO



Você partiu em uma manhã fria de junho. Estranhamente um calor súbito tomou conta de meu corpo que não suportava nenhuma vestimenta ou qualquer vestígio de proteção. Não precisava. Todo mal estar veio à tona primeiramente sob a forma deste súbito calor que a notícia de tua ausência eterna provocara em mim. 

Todo este calor era necessário para anunciar o permanente inverno e os dias cinzentos que me acompanham desde o dia que você se foi e me seguirá enquanto eu viver. Hoje resta apenas a saudade de um passado que eu gostaria que congelasse. De muito quente resta essa tristeza que arde como brasa todos os dias. E por todos os dias eu vou lembrar de você e vou sofrer por saber que nunca mais terei seu olhar, seu carinho, sua alegria.

No lugar das cicatrizes dos cortes que fiz, hoje carrego uma imagem sua. De um anjo lindo e puro que sorria ao me ver e me abraçava em suspiros que falavam mais que qualquer palavra. Às vezes me desespero, sua ausência me provoca isso. Então em desespero eu penso em me ferir, mas quando eu vejo você em meu braço eu só consigo beijar muito sua imagem. 

Eu preferia mil vezes a dor dos cortes à sua ausência. Eu arrancaria meu braço para ter você de novo. Eu nunca mais iria te deixar. Eu nunca mais iria confiar seu cuidado a ninguém. Eu sei que se eu estivesse com você, você ainda estaria comigo. Mas eu não estive e agora você não está. Você nunca mais estará e apesar de todo silêncio que se fez em minha vida desde que você se foi, o amor que sinto por você gritará para sempre em mim.

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